sexta-feira, novembro 17, 2006

A Ilha do Açúcar


Já por várias vezes me tinha deslocado até Paris, aquela cidade fantástica, onde sempre descubro novas coisas inimagináveis.

No entanto, desta vez a minha viagem foi ligeiramente diferente...

Quando me falaram da Ilha do Açúcar fiquei admirada, nunca tinha ouvido falar naquela ilha no centro de Paris, por isso resolvi visitá-la.

A minha filha acompanhou-me, desta vez, porque ainda não conhecia a Cidade Luz.

Apanhámos um eléctrico do género do Elevador da Bica ou da Glória, pois tínhamos de subir uma encosta muito íngreme para entrarmos na ilha propriamente dita e embrenhámo-nos por uma densa mata....

Soube, por várias pessoas que nos acompanhavam nesta visita, que a Ilha estava desabitada desde o Século XVII, altura em que o seu pequeno vulcão entrou em erupção com tremores de terra vários, o que obrigou à evacuação dos habitantes dos palacetes e da fábrica de açúcar que lá funcionava, em poucas horas. Soube também, que cada visita à Ilha não podia durar mais do que alguns, poucos minutos, porque o vulcão adormecido entrava imediatamente em actividade mal "pressentia" a presença humana.

Quando saímos do eléctrico, ficou quase cada um entegue a si próprio e nós fomos espreitar o vulcão e os palacetes abandonados. Nessa altura notámos que nos palacetes parecia que tudo tinha acontecido naquela altura, como se o tempo tivesse parado no dia da erupção. O café continuava quente nas chávenas, o pão acabado de cozer com a manteiga ainda derretida...

Seguimos a visita, porque o tempo era muito curto e então notámos que dentro da Ilha corria um pequeno ribeiro de água quente e doce. Essa água tinha-se mantido quente e doce desde o acidente por causa da fábrica de açúcar. Sem explicação lógica, o açúcar tinha-se misturado na corrente e o rio tinha ficado doce como mel. Mas o mais estranho desse rio, é que estava cheio de corpos de pessoas e cavalos que se mantinham sem se deteriorarem desde a erupção....

Tivemos de sair a correr da Ilha, sem tempo para mais nada, mas na nossa memória ficaram as imagens de dentro daquela água viscosa e doce........

Quando, junto à Notre Dame, consultei outro vez o mapa da cidade, pude localizar a ilha, num rio paralelo ao Sena, que eu nunca reparara existir e......


acordei.

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