terça-feira, junho 09, 2009

Balcãs, Transilvânia, Drakula et al


Fico fascinada sempre que se fala dos Balcãs. Seja pelo local, seja pela História envolvente, seja pelas lendas.

Não consigo perceber porquê, mas é uma zona que me atrai. Desde os tempos da Jugoslávia até aos países todos que daí nasceram, para além da Roménia, Bulgária e da Turquia também.

Como a maioria parte das pessoas não sabe a palavra Balcã significa Montanha em turco.

Os Balcãs são mais conhecidos como sendo a antiga Jugoslávia. No tempo deste país, ou melhor, federação, eu trabalhava no Somsen & Poole da Costa e tínhamos negócios com eles. O meu pai viajou para Zagreb, Mostar, Sarajevo e lembro-me de me contar que era um “país” muito bonito. Isso fez-me sonhar em visitá-lo um dia, coisa que até hoje não se concretizou.

Com a morte de Tito, as coisas complicaram-se e as questões étnicas e religiosas emergiram. Muçulmanos, ortodoxos, católicos e outros que mais envolveram-se em quezílias que, começaram por ser locais mas que alastraram a guerras civis. Bósnia; Sarajevo….sérvios e croatas….e fizeram-me estudar e ler muito sobre o assunto. Por isso este texto vai sendo escrito ao sabor do vento e conforme eu vou tendo possibilidade de me ir documentando sobre tudo isto.

A Roménia, Hungria e Bulgária apesar de não serem considerados por uns como sendo países dos Balcãs, são-no por outros. Por isso os incluo no lote. A Turquia teve grande prepotência sobre os Balcãs, pois foi de lá que partiram as invasões do império otomano, que chegaram até à Roménia, e à sua Transilvânia. Ah pois, aqui é que eu quero chegar!

Com a leitura do livro “O Historiador” de Elizabeth Kostova, há cerca de 4 meses atrás, despertou-se, ou melhor, reacendeu-se o meu interesse pela zona, pela interferência que Vlad III Draculea, "O Empalador" (vulgo Conde Drakula) (1431-1476) teve na sua luta contra o domínio otomano. Entregue por seu pai como refém aos Otomanos em criança, Drakula ou Drácula cresceu no meio da violência otomana, dos seus modos e meios de luta, de se infiltrarem nas hostes inimigas, de utilizarem o empalamento como forma de matar e de torturar.


A Transilvânia, de onde Vlad III é originário, é uma zona inserida na actual Roménia, mas que já fez parte da Hungria e da Áustria, para além do Império Otomano, como já referi. Fica na zona ocidental da Roménia, e faz fronteira com a Hungria a oeste e com a Ucrânia a norte. Está como que encaixada nos Cárpatos, que ficam a leste. Os Cárpatos são uma cordilheira que se estende em forma de S e que começam a sul, na continuação da Cordilheira dos Balcãs.

Voltemos aos Balcãs. A região pertenceu a vários povos, como persas, gregos, romanos, bizantinos e otomanos.

Na segunda metade do século XIV, foram ocupados pelo Império Otomano.

As primeiras nações dos Balcãs a se tornarem independentes foram a Grécia, Sérvia, Bulgária e Montenegro durante o século XIX. No início do século XX, a Guerra dos Balcãs reduziu a Turquia à sua actual dimensão.

A Primeira Guerra Mundial foi desencadeada em 1914 pelo assassinato em Sarajevo (a capital da Bósnia e Herzegovina) do Arquiduque Franz Ferdinand, Imperador do Império Austro-Húngaro. Depois da Grécia aderir à guerra em 1917, a Bulgária e Império Otomano capitularam e logo de seguida o Império Austro-Húngaro também caiu.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o sucesso das forças gregas contra o Eixo e, subsequentemente, a resistência albanesa, grega e sérvia, mudaram o seu curso e os aliados deram um passo decisivo para a vitória. Após a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética e o comunismo desempenharam um papel muito importante na região dos Balcãs. Durante a Guerra Fria, a maior parte dos países dos Balcãs eram governados por governos comunistas apoiados pelos soviéticos (os chamados países satélites). A Grécia continuou a ser o único país não-soviético.

Apesar de estarem sob governos comunistas, a Jugoslávia (1948) e a Albânia (1961) abandonaram a aliança com a URSS. A Jugoslávia, liderada pelo marechal Tito (1892-1980), procurou estreitar as relações com o Ocidente. A Albânia, por outro lado gravitou para a China Comunista, mas mais tarde adoptou uma posição isolacionista.

Os únicos países não comunistas da região foram a Grécia e a Turquia.

Com o colapso do comunismo, em 1989-1990, a Jugoslávia mergulhou numa onda de nacionalismo extremo. Depois da Croácia abandonar a federação, em 1991, os croatas bósnios e os muçulmanos aprovaram um referendo a favor da criação de uma república multinacional e independente. Mas os sérvios bósnios recusaram separar-se da Jugoslávia, que nessa altura se encontrava sob o domínio da Sérvia.

Em 1992, a Bósnia e Herzegovina foi arrastada para uma guerra civil sangrenta e devastadora, em que as populações acabaram por ser saneadas das regiões tomadas por cada nacionalidade.

Sarajevo foi palco dos mais sangrentos recontros e era frequente a imagem na televisão com a “guerra em directo” de “snipers” escondidos em apartamentos semi-destruídos que abatiam as pessoas que tentavam sair de suas casas à procura de comida.

Lembro-me bem de existir uma ponte em Sarajevo que era como que uma ponte para a liberdade. Quem a conseguisse atravessar, estava a salvo. Morreu muita gente nela abatida a sangue-frio.

Em 1995 foi assinado o Acordo de Dayton e desde essa altura as forças da ONU encontram-se no território para garantir o cumprimento dos acordos de paz. As forças da OTAN também se encontram na Bósnia e Herzegovina, na Sérvia, e na República da Macedónia. O Kosovo passou a ser controlado pela ONU, e tornou-se independente em 2008.

Mas voltemos ao Drácula.

Vlad e seu irmão mais novo foram entregues pelo pai aos otomanos como garantia e cresceram no meio deles. Por isso se habituaram às suas formas de lutar, e aprenderam os seus métodos de infiltração nas hostes inimigas e as suas técnicas.

Voltou à sua terra natal anos mais tarde, e tornou-se conde, após a morte do seu pai e do seu irmão mais velho. Conseguiu assim, através dos conhecimentos adquiridos, impedir o avanço das forças otomanas, segundo consta. Segundo reza a lenda, foi morto pelos seus próprios homens, por engano, quando se encontrava no seu castelo.

A sua malvadez e as suas técnicas eram conhecidas. Costumava empalar os inimigos e deixá-los morrer lentamente, homens, mulheres e crianças, à frente de mesas onde organizava banquetes.

Depois da sua morte, a sua cabeça foi cortada pelos Turcos e enviada ao sultão, em Constantinopla.


Em 1931, o túmulo foi descoberto sem corpo. Provavelmente devido à sua malvadez e ao seu prazer em ver o sangue correr, foi associado ao vampirismo.

Ainda hoje, serve de mote ao turismo na Roménia, apesar de, cada vez mais, os romenos não o quererem associado ao seu país.

Então, gostaram?

Bibliografia

http://iamsobizarre.blogs.sapo.pt/594.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transilv%C3%A2nia
http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%A1lc%C3%A3s
http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%B3snia_e_Herzegovina
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vlad_III_o_Empalador

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