Há alturas em que a vontade de escrever é muita, mas o tempo para o fazer não.
Tenho tido muita fonte de inspiração, principalmente sonhos durante a noite, porque durante o dia, é trabalho, é curso, é casa, é família, é tricot e não há tempo para mais nada.
Passei agora a utilizar o tempo enquanto durmo para pôr a minha extraordinária imaginação a trabalhar. Só que os sonhos, se não forem muito bem recapitulados logo de manhã, quando acordamos, caem no esquecimento e pronto, já não há mais tema para a escrita…
Por isso, enquanto eu sonho e consigo aproveitar o sonho, vou escrevendo qualquer coisita por aqui.
Mas com certeza que vocês desculpam, não é?
….chamo-me Ana Maria. Disso lembro-me bem, porque alguém mo disse. Sei também que sou muito parecida com a minha avó. Qual? Não sei mesmo.
Estou sentada numa cadeira de espaldar alto, numa sala de jantar daquelas muito grandes, tectos altíssimos, num casarão antigo, onde a minha família toda vive (viveu?).
A minha avó, aquela com quem eu sou parecida (dizem??) é a matriarca, mas não está presente.
Presentes estão imensos familiares, tios, primos, irmãos(?) que parece que me conhecem muito bem, pelas conversas, mas que eu não conheço. Por mais que me esforce não conheço ninguém, não me lembro da sala, nem da casa. Não sei quem sou.
A única coisa que consegui perceber é que devemos estar algures no final do séc. XIX, princípio do séc. XX. Pelas roupas, conservadoras, de quem está comigo sentada naquela sala. E sei que estamos algures no Norte de Portugal, parece-me que em Trás-os-Montes.
…acordei. Matutei muito neste sonho e, cada dia que passa, fico com a dúvida se terei existido noutra altura, noutra época, com outro nome até. Será possível?
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